sexta-feira, 9 de julho de 2010
. Desejos .
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Maria de Magdala
"(...) A posição de Maria apresentava um problema. Numa época em que as mulheres eram definidas por suas relações com os homens, sua situação era complicada e politicamente difícil. Não seria apropriado referir-se a ela como a viúva de João. Tampouco seria de todo aceitável indicá-la apenas como a esposa de Easa. Nessa ocasião, ela tornou-se conhecida por seu próprio nome, como uma mulher de liderança. Reinaria para sempre como a Filha de Sião, a Torre de seu Rebanho... a Migdal-Eder. Passaria a ter uma posição própria, com o nome de uma rainha. O povo a chamava simplesmente de... Maria Madalena.
Foi a esse período do ministério, depois da milagrosa multiplicação de pães e peixes em Tabga, que Maria Madalena se referiu como O Grande Tempo. Pouco depois do casamento, os nazarenos, agora acompanhados por Maria, partiram para a Síria. Easa curou uma quantidade espantosa de pessoas durante a jornada. Passava o tempo ensinando nas sinagogas e levando a palavra d'O Caminho para novos ouvidos. Mas depois de alguns meses, eles voltaram à Galiléia. Maria Madalena estava grávida e Easa queria que a criança nascesse onde a mãe se sentiria mais confortável... em sua casa.
Maria e Easa tiveram uma menina pequena e perfeita pouco depois de voltar. Deram-lhe o nome composto de uma princesa, Sara-Tamar. O nome Sara invocava uma nobre hebréia das escrituras, a esposa de Abraão. Tamar era um nome da Galiléia, uma referência às abundantes tamareiras que cresciam na região. (...)" (SIC - trecho do livro O Segredo do Anel, o legado de Maria Madalena, capítulo 17, págs. 312 e 313, de autoria de Kathleen McGowan. Editora Rocco, 2006)
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Como se implorasse uma atenção demasiada,
Um pedido que lhe furte a cor dos olhos.
No dia anterior, curvara-se ao escuro,
Dera as mãos com o infinito,
Estivera em terra estranha
Procurando os braços dele
Entre o mofo do armário
No espelho de mão, atrás do bidê,
Na jardineira castigada pelo inverno.
Amanheceu ao lado dele,
Almoçou com o silencio.
Na ceia, um murmúrio, um grunhido,
Ela sorriu depois de longos anos
Mas seu sorriso não trouxe ao porta-jóias da memória
Os tesouros almejados pela alma.
- Então sufoca-me! – um grito em forma de exorcismo.
Como um quase sussurrar.
O trouxe pra perto de si. Tão perto.
Tão perto, tão dentro
Que o viu sumir em sua pele.
E ficou só.
Esquecida. Pesada e quente.
Preenchida e inundada por ele,
Finalmente abafada por dentro.
Luiz Marcel
27.10.09
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
PARTES
O tempo passa e o meu vazio pede remendos,
O meu desejo pede platéia,
O meu sonho pede cena.
A minha parte vontade é avassaladora,
A minha parte pecado é febril
Todas as horas são minhas, e, parte do tempo, perdido.
Por fora, sou todo amor, talvez cais.
Por dentro sou proveito, maré, defeito, colo e exaustão
Mas antes não fui, em cada instante que passou:
Porque o presente não tolera as mesmas falas (manias de passado),
E mesmo que se arraste, caia, canse,
Não há como tirar algumas horas pra se confortar nas lembranças
(coisas que vivemos só por viver, mas servem de saudade).
Não me fale da memória, essa senhora ranzinza que cria gatos.
Não me pergunte qual a dança, senão perco o passo.
Não me traga a esses cômodos aos quais o tempo chamou de lembrança.
Porque quando sou olhos, perco o tato e o tino.
Quando enxergo cada beco, cada ato, fico atado.
Quando desse céu rogo a ajuda, em forma de divindade é tudo chuva
Que eu cuido de secar.
E quando eu for chão, posso ser tua (ou aquela, ou daquela) estrada
Porque a pior parte de você sou eu.
Luiz Marcel
3º Lugar no Concurso de Poesia Falada, durante a XIV Exposição de Arte Contemporânea do Município.
quinta-feira, 27 de março de 2008
. da varanda .
O foco do olhar voltado em riste
Para as coisas que eram doces,
O meu amor cantava ao meu ouvido
Os silêncios entoados e mais belos
Que ouvi.
Os jardins eram lilases
E contrastavam com a dor que eu não sentia,
Pois então
Minha mão e tua mão
Eram uma só mão,
E meus pés cegos te seguiam
Pelas tábuas do assoalho.
No tempo em que eu era vida
E que a vida era essência em mim,
As nuvens eram mais claras
E eu não chovia tanto.
Mas meus olhos trovejavam de você
Por entre as noites de boemia
E lua nova.
Nos dias que eu vivia e só sentia
Os sorrisos já não eram tão forçados,
Os afagos já não eram tão cobrados,
Os meus medos já não tinham fundamento.
E no meio do enorme firmamento
Confundi seus abraços sufocantes
Com os receios que deveras carregava.
Hoje passo pela vida sem apego
E na cadeira, junto à morte, me desnudo
Nas noites de luar, sem companhia.
Ao meu lado, o amor já esquecido,
Aos meus pés, meu olhar desfalecido,
No meu colo, a velha fotgrafia.
Marcel
04/06/02
. pequeno poema para corações vazios .
Meço umas palavras loucas
e atiro-as pela janela.
As flores que brotam do jardim da casa do meu amor
já não são mais amarelas
e do céu da minha boca
jorram músicas, fotografias e cartas.
Não me importa o dia da semana
gregorianamente condizente
com a rotina repudiante.
Vou é viver a terça-feira
como uma sexta de céu azul
e cheiro de chuvisco e jasmim.
Criarei todas as palavras que você não me disse
e jogá-las-ei por debaixo da tua porta
junto com rosas vermelhas e copos de leite.
Escalo muros e arrisco rimas.
Não sou poeta e não sou rei,
porém,
tenho um castelo
de sonhos impossíveis
e canções de amor.
Marcel
22/05/02
. poema etílico .
Não comemoremos.
Porque a alma não resiste
e desiste.
Vamos vibrar à frente dos tolos,
vamos dançar no meio da rua,
vamos beber poesia
e fumar nossa cultura lírica.
Se não se pode namorar a noite,
que então os belos se arrumem pro dia
e mostrem com orgulho cacos de vidro
refletindo ao sol.
Vamos entornar paixões diabo a quatro
e cair nas calçadas
entrelaçados de amor amigo.
E se tivermos pressa
é porque a alma não pára
porque não tem passado.
E nós, tão defensores de nós mesmos,
não vemos a vida – etílica –
que nos vicia dia-a-dia.
Mas bebemos da noite em doses generosas
e disfarçamos a lágrima num sorriso tímido
(mas sincero).
Marcel
31/07/02
. refluxo .
sob a luz do espelho d´água dos olhos.
E por mais que se tente fugir
há que se admitir
que a íris castanha lateja
lânguida e triste,
numa pernoite sem ponteiros de relógios.
Pouco ou quase nada se diz.
Dentro de mim o calor dos trópicos
a congelar o escuro da calmaria
que se segue após o açoite
nas horas cinzentas que ardem ao passar.
É forçoso possuir o tempo
quando se almeja o infinito
tendo a paciência pousada nos ombros
como um pombo obtuso.
Não menos confuso,
afasto de mim qualquer desvario
e todo o peso que trago nas mãos.
Tento e tento não desbotar a cor do acolher,
sempre fugindo desse castanho escuro
tão profundo quando minhas dúvidas.
Quero estar longe no instante
Em que explodir a ressaca dos olhos.
Minto.
Eu quero, de perto,
Ser a dor de saber que se volta
Sempre que o corpo pede abrigo,
Amigo, nos braços do incerto.
Marcel
21/12/04
14/01/05
27/03/08
terça-feira, 4 de março de 2008
. das estrelas .
Deitada na grama, o céu empoeirado de estrelas. Passei o dedo e - curioso - algumas vieram grudadas na ponta. Olhei para cima e assoprei. Foi tanta estrela caindo que agora eu mal consigo enxergar de tanta esperança.
Rita Apoena
http://www.pequenascoisas.org/